quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Fica Combinado assim

Não vou esperar mais vc me ligar. E eu não vou te procurar. Vou pegar o gelo q vc me deu, mais duas doses de vodka e um energético e brindar as horas contadas que passamos juntos. A história da minha vida é muito maior do que esse tempo juntos. Eu já comi um croissant em Paris, me perdi nas ruas de Londres, já assisti a um show de tango em Buenos Aires daqueles que arrepia tua alma. 

Eu já vi e vivi tanta coisa linda. Eu já vi o sol nascer com os meus amigos, já tomei porres homéricos. Eu já me bronziei  tomando uma cerveja gelada enquanto existia muita gente no mundo trabalhando ou pedindo a Deus mais um dia de vida em hospital.

Eu sou maior do que o teu silêncio. Eu conheço a solidão. Eu pensei que vc colaria todos os pedaços que me foram quebrados. Eu pensei que era você. VOCÊ. Em letras garrafais que seria o motivo do meu sorriso ao acordar. Mas não. Eu me doei, me entreguei. Eu te inseri na minha vida, no meu círculo de amigos, na história dos meus dias na terra. Vc escolheu sumir. Vc escolheu emudecer. 

Não, baby, não sou dessas psicopatinhas. Eu sou uma vampira: eu preciso ser convidada para entrar.
Não é o fim do mundo, mas é o fim de uma história. Aos poucos vou te arrancando. Devagar vou juntando suas coisas e vou deixar no cantinho. Se vc lembrar de buscar, ok. Se não a gente doa, manda os amigos entregarem, faz fogueira.  Só não vou fazer macumba porque não combina comigo. Amarração é para os fracos. Gosto de gente que chega e escolhe ficar.

Vou sofrer. Mas do meu jeito. Ficando horas no telefone com os amigos, pintando as unhas com o esmalte da Revlon, porque numa escala de marcas, vc é Colorama. Vou trocar de bar. Vou ouvir Nina Simone. Vou resgatar meus cds do Bon Jovi. Vou pro Uruguai, vou pra Bauru, vou fazer uma tatuagem nova, qualquer coisa que não me lembre a dor de perder você.


Não é raiva, não é ódio, não é mágoa. É amor. À mim mesma. Demorou, mas eu aprendi. Aprendi a me amar com toda essa bagunça q eu sou. Aprendi a respeitar a minha história. A amar os amigos que me acolhem, à família que possuo. Comecei a maior história de amor: comigo mesma. 


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Tenta, e se não der, Tenta de novo

Quantas vezes a gente precisa tentar pra ser feliz?

Todas possíveis. Se eu pudesse apostaria todas minhas fichas, limparia meus bolsos, rasparia as economias se preciso fosse. A gente quer ser feliz. Não importa. Nem q tenhamos q sangrar, nem q tenhamos q nos sacrificar. A gente se joga.

Minha amiga Simone se casou pela segunda vez nesse ultimo sábado. Grandes coisas vcs diriam. Mas não é tão simples assim. Simone é uma daquelas q qdo éramos gurias lá o ensino médio ela já tinha um plano. Enquanto a gente vivia fazendo simulado para saber qtos pontos tínhamos feitos e calculando a estratégia para passarmos no vestibular logo de cara, com os nossos 17 anos ela já tinha um projeto de vida.

- Estudarei Fisioterapia, me formarei, casarei e terei filhos.

Tudo objetivo, curto e reto. E foi feito até a parte do “casarei”.  Com muito orgulho fui madrinha e pude testemunhar o sonho da minha grande amiga. Infelizmente por outros motivos, o casamento não foi até “o felizes para sempre”.

Qdo Simone me contou, eu acho que surtei mais do q ela. Como reza o protocolo ela nos procurou, justificou e acrescentou que ia anular o casamento na Igreja, e eu só consegui dizer: “Amiga, estamos juntas! Se tivermos q entrar contigo e seremos madrinhas, seremos quantas vezes forem necessárias”.

Alguns namoros aqui, paqueras lá e minha amiga conseguiu. Eu simplesmente acho incrível essa sede de ser feliz. Não é medo de ficar sozinha ou não ser aceita socialmente. Ela tinha um sonho, ela tem um propósito nessa vida. Tem gente que vira médico sem fronteiras, tem outros que dedicam a vida a Deus, tem aqueles que enquanto não dão à volta ao mundo não se sentirão completos. Ao menos essas pessoas sabem o que suas almas requerem e não sossegam até serem felizes.

Ontem eu vi, não era como reprisar um filme. Ela fez como a tradição requere. Marcha nupcial, vestido branco, valsa, benção, padrinhos, madrinhas, família, DJ, bolo e doces. Só que agora é pra valer. E dessa vez ela vai ser feliz, nem que seja à força, nem que seja na bala.

Dona Infelicidade, vc perdeu, baby. 

sábado, 17 de janeiro de 2015

Somos todos Camila

Para ler ouvindo Chico Buarque

Hj encontrei com um amigo: o Marcos. Ele estava todo empolgadinho com uma namoradinha nova e postando fotinhas no facebook. Tudo assim, muito fofinho virtualmente falando. Perguntei da moça e ele me contou q tinha acabado. Como assim, Bial?

- Ah, Nandra... e ela está mal. Eu não esperava a reação dela.
- Mas qual foi a reação da moça, cara-pálida? Te xingou? Quebrou tudo?
- Não... pelo contrário. Ela simplesmente aceitou. Não fez escândalo. Nada.

Pensei comigo: Uma lady essa menina. Acaba de ganhar dez pontos na cartela. Ainda brinquei com ele... não se engane... às vezes está quieta, mas pôs seu nome na boca do sapo. Concordo que é coisa rara. Mulher é passional. Mulher quebra tudo, bota veneno na comida do cara, mete chifre com o melhor amigo, mas uma coisa confesso... não há nada mais perigoso do que uma mulher calada.

Piadas a parte, falei pra ele q isso não me choca. De verdade. Não vou mentir que dá vontade de pixar o muro da casa do cara, de vazar os pneus, de jogar indiretas no facebook, mas depois que passa esse primeiro estágio de ira, a verdade é que a gente quer é um colo de amigo ou nossa casa e chorar chorar chorar até secar tudo.

Eu compreendo essa moça porque vamos combinar: na era digital ninguém morre de amor. O máximo que fazemos é deletar ou bloquear o ser humano que quebrou nosso coração ou “quem destruiu a nossa vida”, como diz o pensador Pablo do Arrocha. Quem extrapola vira notícia de Cidade Alerta ou farofa Yoki. Veja bem, meu bem, nem todo mundo vale tudo isso.

Por favor, não confunda tudo isso com a anuência dessa moça. Tenho certeza que por ela, nessa noite de chuva, ela amaria estar dormindo de conchinha com meu amigo, fazendo planos, tomando um vinho e zapeando a TV a cabo. Mas não, ela concordou com sua ausência requerida. E o mais importante: ela respeitou a decisão dele. É a vida que segue. Vamos mancando, chorando, sangrando, mas seguindo. Isso sim é a Mulher Maravilha.

Compartilho sua dor. A minha última, poucos sabem. Quantas vezes fui trabalhar com o coração ardendo de tanto que foi esfolado no asfalto e meu chefe nunca soube. Minha mãe nem sonha, quiçá, imagina, que engoli muitas vezes meu choro, me fazendo de forte. Quando tudo q eu queria era pegar o primeiro vôo, trem, ônibus, carona pra qualquer lugar que me fizesse esquecer tanto desgosto. Quantas vezes fui chorar no banheiro, entre um intervalo e outro, porque era uma saudade tão doída, que eu não sabia explicar. E até hoje não sei.

Não tenho sentimento de pena e nem compaixão. Tenho solidariedade. É minha amiga, dói, mas passa. Dói, mas a gente vai trabalhar. Dói, mas os amigos ligam e te chamam pra tomar uma. Dói, e a gasolina sobe. Dói, e precisamos pegar um pão no mercado porque não tem nada em casa pra comer.

Em um mundo de pés na bunda e namoros que não engatam somos todos Camila. 

sábado, 18 de outubro de 2014

Eleições faca na bota

Das pessoas da minha timeline no facebook, acredito que devo ser uma das raríssimas que não se pronunciou sobre minha posição. Política merece ser discutida e não imposta. É nisso em que acredito. Sou a favor da liberdade de expressão, mas sou contra quem cospe opinião e pior: impõe-se e acha que é o correto na história.

Vivo em um estado democrático de direito. Meu país tem defeitos assim como seus governantes na maioria. Sou filha de uma geração de tucanos. Nunca tive um benefício do governo. Não estudei em escola pública, mas meus pais ralaram muito. Eles sentiram na pele a inflação. Eles viram o Collor congelar a poupança. Eles contribuíram muito com o INSS para hj ter uma vergonha de aposentadoria. A formação que eu possuo é por esforço deles, nadando muitas vezes contra toda essa loucura da economia.

Agora é a minha vez. Sou responsável pelas escolhas da minha vida particular tb política. Votei na Luciana Genro. Piadinhas à parte que eu fiz na timeline para descontrair, eu a escolhi pelo discurso. Simplesmente não dá pra dizer que saúde é menos importante q educação e que a proteção às minorias é menos do que segurança. O que me preocupa no país é a formação de cidadãos.

Um candidato homofóbico não me representa, assim como um fanático religioso tb. Política não se faz com sangue nos olhos. Hj não tenho as regalias tucanas. Minha casa adquiri por meio do programa habitacional do governo estadual. Eu frequento o posto de saúde do meu bairro. Aprendi a ter outro olhar. E nesse momento não consigo me decidir em quem votar.

Como escolher um candidato que pode acabar com as bolsas de estudos de pós-graduandos? Como posso votar em um candidato que indiretamente apóia a Guerra da Síria? É certo votar em branco ou nulo? É falta de opinião? Ou é a minha opinião sobre a falta de opção?

Sou brasileira e tenho o dever de votar. Entre Dilmas e Aécios espero que ao menos as amizades que possuo não fiquem abaladas. Pra mim não importa em quem vc  vote. Defendo e cito Voltaire: "Posso não concordar contigo, mas defendo até o final o teu direito de se manifestar". Por enquanto vou exercer a minha cidadania, que é ser primeira mesária. Chegar às sete da manhã de um domingo de sol, já que muitos estarão na piscina, no churrasquinho, arrotando discursos neo burgueses e super populistas.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Indiretas Já



Às vezes eu acho que o facebook não foi uma invenção do Mark Zuckerberg em pela revolução digital, mas que foi sim obra do Satanás. Nunca na história do mundo on line se viu tanta inveja, discórdia e ostentação. Fácil é reconhecer os sete pecados capitais na time line que corre por nossos olhos e dedos todos os dias.

Que atire a primeira pedra quem nunca mandou uma indireta. Além de muro das lamentações aonde as pessoas declaram amor e ódio ao mesmo tempo, algumas metralham por meio dos caracteres indiretas e ressentimentos plantando a sementinha dos mal entendidos.

Vc atira pra acertar um e vem vários feridos no seu inbox. Vc quer atingir uma fulana, mas a beltrana é quem toma satisfação. Vc lança a hastag #prontofalei e teu paquera de ummilnovecentosebolinha aparece e o moçoilo que é a vítima nem se pronuncia. É um telefone sem fio que não acaba nunca.

Antes de vc se rasgar on line é bom lembrar que sua tia do interior de Minas Gerais pode estar lá comendo um bolo de fubá e assistindo toda a lavação de roupa suja. O seu chefe é um stalker de mão cheia e aquela amiga da sua inimiga vai passar um whatssapp tirando uma com sua cara. Vai por mim, já basta ser derrotada na vida, não precisa sinalizar nas redes sociais.

Vou virar vintage. Voltarei para o Orkut, cemitério das emoções, onde jazem as comunidades e não eksistem convites de joguinhos. A gente era feliz e não sabia.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Pegadinha do Malandro

O problema das pessoas eh q elas dão adeus e esperam q tempos depois estejamos disponíveis. Desinventam despedidas e diz q não foi um nunca mais, mas um tchau. uma pausa. Um tempo.

Nesse mesmo tempo a gente se reinventa, preenche o horário daquela ligação com uma batida de perna, uma caminhada no centro da cidade, uma visita na igreja. A gente se conforma com o sumiço com a ausência com o fora e segue, sem incomodar, sem alarmar. Mas daí feito zumbi reaparece revestido de saudade.

Mas não é saudade. Saudade a gente sente de algo bom, lindo, de uma história que aconteceu viveu e ficou na pele, na página da vida. Isso tem outro nome: semvergonhice. Coisa de gente que quer ser livre, não quer criar laços e ainda cria nós na nossa vida.

Gente assim envenena a alma. Gente q sai do nada das nossas vidas sem justificativa aparente e q planta feridas não merece virar lembrança. Que tenhamos sabedoria para reconhecer quem merece voltar, que não multipliquemos as más condutas q tiveram conosco e q não nos permitamos ser fracos diante das migalhas q nos oferecem.

Não desejamos mal, a não ser que se quebrem lá na frente como nos quebramos, mas faz parte, é da índole do ser humano, tenho um desejo maior, que antes de perdoá-los, saibamos nos perdoar nossas fraquezas, nossas carências essa fome e sede de amar e ser amado e assim perdoaremos a quem ainda não consegue se entregar como a gente, de olhos fechados peito aberto e sem medo.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Sobre Copa do Mundo, Uruguaio que morde e bebida que pisca




Enfim, acabou-se a Copa. Eu digo Graças a Deus. Declaro aqui com fins de postergar  para Humanidade que desde a semente da idéia eu fui contra. Por motivos políticos e econômicos. Sou da premissa que se mal temos o que comer, a educação não é para todos e muito menos a saúde, não tolero gastar dinheiro com as verbas para construir estádios além de todos os desvios e corrupções. Como não sou eu quem toma as decisões, recolho minhas opiniões para expressar aqui, já que ao menos o blog é meu.

Tratei de encarar tudo do mesmo modo que faço na minha vida particular: com Humor. Enquanto as pessoas chatas entupiam a timeline no Facebook com postagens nada interessantes, resolvi focar no que valia a pena. Nos jogadores gringos tipo boy magia que a gente só vê mesmo a cada 4 anos. Libertei um lado comentarista desportiva bafônico e me diverti com as fotos do Hulk que chegavam aos montes no meu whatssapp e com a troca de camisas entre os times no final do jogo.

Piadas à parte, pra mim o ápice da Copa foi o vexame que o Brasil passou no jogo contra a Alemanha. Inacreditavelmente o país viu a goleada e chorou. Eu não. Desde 1998 desertei da minha cidadania futebolística então para mim a vida seguia na manhã seguinte, afinal, jogador nenhum paga minhas contas e a CBF, FIFA e Dilma nem sabem q eu eksisto.

Bacana mesmo e não porque irônico foi atender um alemão justo no day after do jogo. Um rapaz mais perdido lá na agência com os dois cartões bloqueados precisando de ajuda. Conversamos em inglês e pra ser simpática (porque a Tia Dilma falou que o brasileiro tem q ser) perguntei o que ele achou do jogo. Recebi um Ok bem tímido. Para ele estava tudo bem. Achei aquilo tão fino e fiquei imaginando que se fosse ao contrário, se o Brasil tivesse goleado, teria um monte de gente lá na agência tirando sarro do rapaz.

Por conta de estar com todos os cartões bloqueados e sem um real até pra comer eu falei que meu atendimento se esgotava ali porque não tinha mais o que eu fazer, já q ele não era um cliente HSBC. Disse que o máximo que poderia fazer por ele era pagar um almoço, ali perto mesmo. Os olhinhos nórdicos do rapaz brilharam e ele disse que tudo isso seria o máximo.

Max, o alemão, contou que está há cinco meses viajando pela América Latina. Recém chegado da Bolívia, conheceu La Paz, Santa Cruz de la Sierra e Cochabamba. Um guri de 21 anos viajando sozinho. Eu fiquei impressionada porque conheço muita gente barbada que tem medo até de atravessar a cidade pra ir em outro bairro e esse guri aí, descobrindo o mundo, de férias, que tem uma seleção mil vezes melhor do que a nossa está cagando e andando pro futebol.

Ontem, foi a final entre Alemanha e Argentina. E vi muita gente humilhando os argentinos por causa dessa rivalidade imbecil que pra mim a explicação só pode ser por causa da diferença de colonização, eles espanhóis e nós portugueses porque não entra na minha cabeça esse briga ridícula. Acho engraçado lembrar sempre do Maradona como cheirador, mas todos os brasileiros esquecem que o Pelé, O REI DO FUTEBOL, deixou a sua filha morrer  à mingua, sem ter reconhecida sua paternidade. Realmente, muito nobre o que o Pelé fez. 

Diferenças latino-americanas expostas e voltando ao assunto Brasil X Alemanha, engraçado de repente todo brasileiro acordar amando a nação Germânica. Lembrei imediatamente do Max. Não me recordo no dia póstumo da goleada ir sequer uma pessoa da agência recepcionar o rapaz. Até lembro das piadinhas do tipo vamos descontar no cara a goleada. E eu, muito mais coração celeste e não porque estava em um ambiente de trabalho, tive uma postura acima de “brasileira” mas de pessoa educada. 

Isso q eu gostaria de ver nos brasileiros. Educação, cordialidade e respeito. Não concordo que o Messi foi o melhor jogador da Copa, mas duvido alguém dizer que a Argentina não foi guerreira até o final. Se o Brasil se perdeu ali, naqueles primeiros minutos com 4 gols, vos digo que o Brasil está perdido há mais de 500 anos e ninguém faz nada a respeito.

É Alemanha, a gente tem muito o que aprender com vcs. Obrigada, Max pela lição de humildade fora do campo. Quem sabe um dia aprendamos a ser simpáticos todos os dias e não de 4 em 4 anos.